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quarta-feira, 14 de abril de 2010

Entrando em Campo

Estréia no blog, bom começar com o pé direito , né?
Pra isso, NadaMaisJusto tratar do assunto que faz o mundo olhar pra cá com admiração.

Não tem jeito. Intelectuais que se ofendam, se alguém fala em futebol, fala do Brasil . O inverso é inevitável, e perfeitamente coerente: aqui se nasce de chuteiras, é um lance cultural, quase genético. O Brasil não é todo futebol, mas o futebol está em todo brasileiro.

Quando falo de chuteiras, falo do modelo caro e cafona, divulgado por uma paquita do Real Madrid ou um craque do Barça, a ser calçado por um filho de magnata da zona sul de São Paulo sem muita vocação para o esporte, mas também da lama de várzea que encobre os pés de um filho de pescadores no Piauí que traz no sangue a habilidade que nos trouxe cinco copas do mundo. A disparidade social do país fica suspensa enquanto a bola estiver rolando.

Os politizados que se revoltem, mas o esporte não tem nada que ver com a desigualdade. A indústria que fizeram dele, sim. Mas quando o país para pra ver a final do Brasileirão, não é essa indústria a responsável pelo fenômeno, é o esporte. Ou melhor, a paixão que ele move.

Fanáticos que vejam sacrilégio onde não há, mas essa paixão, essa religião do futebol é a tradução do sincretismo brasileiro. Os apóstolos em combate, a entidade maligna que sopra o apito e uma redonda divindade que, vaidosa e imprevisivelmente, decreta a cada rodada quem vai pro céu ou para o inferno, formam o panteão, adorado por centenas milhares de fiéis. Os praticantes sempre dão um jeito de comparecer aos templos, seja no final ou no meio da semana, seja perto de casa ou fora do país.

O futebol é a marca mais abrangente da cultura tupiniquim. Maior que o samba, que as manifestações regionais, que o folclore, quase maior que a abrangência da Globo. É preconceito e "pseudointelectualismo" negar-lhe essa característica. E sem reconhecer o cidadão brasileiro como ele é, e ignorar o traço mais marcante de sua cultura, é impossível compreender o Brasil. Pena que tantos façam questão de desprezá-lo. Que se pode fazer? Bola pra frente, que o nosso time tá ganhando!

5 comentários:

  1. Eita que ele entrou em campo mesmo!!!!!!

    Foda-se os politicos, e todos que falam mal do fetebol, não tem para ninguém, não existe outro esporte pelo menos no Brasil que pare o País!!

    Então só tenho algo a dizer para aqueles que dizem que futebol não faz diferença!!!

    " EIIIIII.....PALMEIRAS MNHA VIDA É VOCÊ "

    E tenho dito

    Apropósito, bem vindo ao Blog meia...Um toc profissional que faltava nesta budega!!!

    O Ravno!!!

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  2. BOm dia!!
    Esse garoto me orgulha!!! Quase vc me convenceu a gostar de futebol Meia, vc não deixava eu ficar lendo os seus textos no seu caderno eu os leio por aqui!!!
    Parabéns, vc está na área certa, escrevendo muito bem.
    Beijos
    ARGENTINAAAAAAAAA
    (calma é brincadeira!)

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  3. Caramba isso me emocionou me senti aquele garoto que tem a chuteira de lama o nome do patrocínio é “ Pé de moleque a marca que o xandão usa rsrrs” mas deixa eu falar serio esse blog esta dando super certo legal parabéns galera.

    O Ravno jr

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  4. '' O inverso é inevitável, e perfeitamente coerente: aqui se nasce de chuteiras, é um lance cultural''...

    É deprimente ver minha irmã passar o final de semana sem sair de casa só pelo futebol.

    Cultura de quem não tem o que fazer [ rs ].

    Hoje, no futebol(dentre outros esportes) , a camisa que você usa vale mais que sua vida,isso é patético, é ignorância, é Brasil( Amo meu País =])

    PS: Não é "pseudointelectualismo" , só estou sendo cordial.




    Grima.

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  5. Nadiny, os textos eram bem amadores naquela época, mas tem muita coisa nos outros blogues também, de política à poesia, eu não escondo mais,rsrs. valeu os elogios!

    Xandão, rachei de rir com o pé-de-moleque, cara! Futebol é foda, não vejo a hora devoltar pra jogar um fut aê!


    Quer debater? então cai dentro, Grima, que eu escrevo é pra isso mesmo. Obrigado pela oportunidade.

    Futebol, Grima, é religião aqui. Fanatismo é ruim em qualquer situação. Cristãos fanáticos encobrem pedófilos, Judeus matam palestinos com fósforo branco, Islamitas se explodem contra inocentes, satanistas esquartejam gente em rituais medievais. Religião é cultural, tem seus contras também. Vamos impedir as pessoas de manifestarem suas crenças? Não sei se seria isso que nos pouparia de tantas fatalidades.

    A ignorância é o agravante aqui. A idéia de eugenia, de "os do meu grupo são melhores que os outros" é o que causa tantas tragédias. A cultura é só a desculpa.

    E você pode não gostar, assim como eu não gosto de novelas ou de Paulo Coelho, que são outros fatores marcantes da nossa cultura. Não posso discriminá-los por isso no entanto.

    Só pra constar, além dos exemplos, os Hooligans, os barra braba, não são Brasil,mas são Inglaterra, Argentina. São ignorância, mas não representam um país tal qual Independentes ou a torcida Jovem também não. lá morrem tantos quanto aqui. Dois pesos e duas medidas, brother? Seja justo.

    O abraço

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